Mas,
como surgiu este interesse pela web no Brasil? Acontece que quem vinha para a
ECO92 precisava de acesso e, de acordo com Doria (2012)
Estrangeiros
no país precisavam de internet. E havia, no Ibase, uma pessoa que sabia montar
essa infraestrutura. C. A. [Carlos
Afonso] criou um provedor de acesso
permanente. Quando a conferência terminou, o Ibase e seu Alternex permitiram
que qualquer um, em troca de uma taxa mensal, tivesse sua conta naquela rede
misteriosa.
A
web de vinte anos atrás era bem diferente
do que conhecemos hoje. Estática, não possuía gráficos e nem som, rodava
somente em texto. A interatividade que nos fascina - compartilhar músicas, fazer
download de vídeos ou "curtir" uma imagem - não existia! Sobre o que
era possível fazer na Internet, destaca o Gopher e a Usenet, esta, de acordo
com o jornalista, “uma gigantesca base de fóruns de discussão, a avó do
Facebook". Ressalta que “[...] exatamente como hoje, as conversas eram
instigantes, emocionadas às vezes, surpreendentemente grosseiras noutras.
Algumas coisas, na internet, não mudam”.
Lembra
ainda, que a Embratel "quando percebeu que a
internet ficaria grande muito rápido, [...] tentou garantir seu monopólio do
acesso", mas já era tarde. Começava também o interesse pela privatização das telecomunicações.
Doria finaliza o texto
afirmando que a Rio+20 não deixou (e nem terá como deixar) uma herança
destas...
Veja o texto "A internet BR faz 20 anos", de Pedro Doria. Publicado em 25 jun. 2012 no site do jornal O Globo.