Boletim Vitrine da Memória, v. 5, n. 1, Jan.- Jun. 2016

Os idos de março e a queda em abril

v. 5, n. 1, Jan.- Jun. 2016

Apresentamos como tema deste boletim, um recorte da situação político-econômica do Brasil e a posição da imprensa, em meio às crises que assolaram o país no século passado.


A Constituição já não é a lei das leis, entre nós, Já não é ela que legitima o governo, é o governo que, sobrepondo-se a ela, mutilando-a e eclipsando-a, pretende legitimá-la nas partes que lhe convém. (FREIRE, 1974, p.31)

(OS IDOS..., 1964)
O verdadeiro fim do Estado, segundo a concepção tomista, é a realização do bem comum. Ora o bem comum é o fim tanto do povo quanto do indivíduo. "Oportet eundem finem esse multitudinis humanae, qui est hominis unius”.* Governar é, pois, cuidar do bem comum e do bem individual e não do bem particular do governante. Se o Govêrno se ordena para realizar o bem comum, o regime será reto e justo; se, ao contrário, se ordena ao bem privado do regente, o Govêrno será injusto e perverso. (BUZAID, 1970, p. 29)

Xeque-mate. A sensação era de esmagamento. O país parara inteiramente. O mecanismo do Gôverno deixara de funcionar há meses. Agora estava morto. Só fervilhava na equipe presidencial a febre da maquinação. (DINES, 1964, p. 315).


 Praça Cristiano Otoni, 13 março de 1964
(OS IDOS..., 1964)
A greve se estendeu: pararam os trens, os bondes deixaram de trafegar no Rio, as ferrovias paulistas mobilizaram-se e os portos de São Paulo e Guanabara cruzaram os braços. Os dirigentes bancários ultimavam providências para a greve na sua área e, se possível, ações de outro tipo. Os estudantes também se prepararia para o que desse e viesse no dia seguinte (FIGUEIREDO apud OS IDOS..., 1964, p. 239). 


Centro do Rio de Janeiro
(OS IDOS..., 1964)
Leitor! Devemos lutar tenazmente contra a corrupção, os erros, os crimes da administração e da alta roda. Devemos ser severos no ataque a qualquer forma de desonestidade. Mais uma vez, entretanto: lutar contra a corrupção não é lutar contra o desenvolvimento. Pelo contrário : é evitar que quaisquer recursos sejam desviados de grandes obras em andamento para uso e gôzo de qualquer indivíduo. (FREIRE, 1959, p. 165)





Imprensa Nacional em 1922
(MIRANDA, 1922)
Já lhe não era pouco ser o orgão visual da nação. Mas a imprensa, entre os povos livres, não é só instrumento de vista, não é unicamente o apparelho do ver, a serventia de um só sentido. Participa, nesses organismos collectivos, de quasi rodas as funcções vitaes. É, sobre tudo, mediante a publicidade que os povos respiram. (BARBOSA, 1920, p. 16)

 
REFERÊNCIAS**

Baleeiro, Aliomar. A política e a mocidade. Salvador: Progresso, 1954. Col. INEP 320.01 B183

BARBOSA, Rui.  A imprensa e o dever da verdade. Salvador: [s.n.], 1920. Col. INEP 070 B238

BUZAID, Alfredo. Rumos políticos da revolução brasileira. [S.l.]: Ministério da Justiça, 1970.
Col INEP F0003

FREIRE, J. Salgado.  Para onde vai o Brasil?: grandezas e misérias do nosso desenvolvimento. Rio de Janeiro: Conquista, 1959. Col. INEP 338.981 F866

FREIRE, Marcos. Oposição no Brasil, hoje. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974. Col. INEP 320.981 F866op

FREYRE, Gilberto, 1900-1987. Quase política. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1966. Col. INEP 320.981 F866 2.ed.

INTRODUÇÃO ao pensamento político. [São Paulo]: Instituto de Sociologia e Política; Federação do Comércio do Estado de São Paulo, 1955. Col. INEP 320.01 I61

Miranda, Francisco Gonçalves. Memória histórica da Imprensa Nacional. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1922. Col. INEP 070.509 M672

Os idos de março e a queda em abril. Rio de Janeiro: J. Alvaro, 1964. Col. INEP 981.062 I21

SALDANHA, Nelson. História das idéias políticas no Brasil. Recife: Universidade Federal de Pernambuco Imprensa Universitária, 1968. Col. INEP 320.50981 S162

SILVA, Celson José da.  Marchas e contramarchas do mandonismo local: Caeté, um estudo de caso. Belo Horizonte: Edições da Revista Brasileira de Estudos Políticos, Universidade Federal de Minas Gerais, 1975. Col. INEP 320.9815 S586

SOARES, Gláucio Ary Dillon.  Sociedade e política no Brasil: desenvolvimento, classe e política durante a segunda república. São Paulo: DIFEL/Difusão Editorial, 1973. Col. INEP 320.981 S676

VARGAS, Getúlio. As diretrizes da nova política do Brasil. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1942. Col. INEP 320.981 V297d

______.  A nova política do Brasil. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1938. v. 1. Col. INEP 981.061 V297 v.1




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*S. Tomas de Aquino, De Regime Principum, I, XIV, nº 60. 
** Todas as obras fazem parte da Biblioteca do CFCH/Coleção INEP e podem ser consultadas localmente.

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