Há uma semana aconteceu na Bienal do Livro do Rio de Janeiro (05 e 06 de setembro) o “Colóquio internacional E-books e a Democratização do Acesso”, onde se discutiu o mercado editorial e, em específico, o crescimento do mercado de e-books. Percebeu-se que o mercado editorial caminha para a consolidação deste novo suporte. No entanto, a questão do direito autoral e as negociações entre bibliotecas e editoras ainda precisam ser amadurecidas. Existem alguns recursos sendo utilizados, como a experiência alemã de emprestar e-book por meio de senha por um período determinado e para um usuário de cada vez. Ou da França, onde a experiência relatada é em ambiente acadêmico e não se permite esta espera para a consulta de um usuário por vez. A palestrante Francesa Claire Nguygen relatou que algumas editoras estão procurando as bibliotecas e perguntando do que elas necessitam. Neste caso, as editoras estão interessadas na demanda que vem do ambiente acadêmico para o lançamento de e-books. Ela é a favor do acesso ilimitado para o ambiente acadêmico e falou da importância dos bibliotecários na promoção dos e-books em blogs, catálogos e outros meios.
No segundo dia, o brasileiro Aquiles Alencar-Brayner, curador digital da British Library, apresentou a palestra “Digitalização e modelos de acesso a e-books na biblioteca pública da Inglaterra”. Falou sobre o conceito de livro eletrônico e o preconceito em relação ao suporte. E, assim como os palestrantes do primeiro dia, mencionou que o maior desafio é o de conquistar o público. Logo após, aconteceu uma mesa redonda com o tema “E-book e a formação de novos leitores na experiência brasileira”. Antonio Torres (Curador da Biblioteca Nuvem de livros ), Carlos Eduardo Ernanny (Diretor executivo da editora Gato Sabido) e Carlos Carrenho (Fundador da PublishNews) mostraram a experiência brasileira na gestão de e-books, suas dificuldades e parcerias.
Durante este colóquio, o diretor do Departamento de Serviços Escolares e Serviços Eletrônicos da Stadtbibliothek Kolin, Frank Daniel, em sua palestra “Experiências com e-book na Biblioteca Pública de Colônia”, alertou para um serviço que a Amazon estava prestes a oferecer e que isto impactaria no serviço oferecido pelas bibliotecas. Ontem foi publicado na revista IDG Now o seguinte artigo “Amazon quer criar bibliotecas de e-books na nuvem”. O Globo na coluna tecnologia também divulgou o assunto: Amazon negocia serviço de biblioteca digital por assinatura. No entanto, o que se percebe é que a questão é sempre a mesma: como ficará o direito autoral?
Este é o desafio do momento quando se fala em e-book no mundo.