De
origem jamaicana e formação inglesa, Stuart Hall, é um sociólogo respeitado e amplamente utilizado na academia. O seu livro
“Identidade cultural na pós-modernidade” talvez o mais usado de muitas
bibliotecas universitárias brasileiras é leitura obrigatória em diversas
disciplinas. Discute de forma objetiva identidade, diferença, representação,
culturas nacionais, comunidades imaginadas, dentre outras, no que chama de
Modernidade tardia.
[...] a opção pelas “questões de raça” é
determinada em parte por uma condição pessoal de caribenho negro, imigrante,
diaspórico, mas principalmente pela resistência de Hall à forma em que os
discursos dominantes o encaixam nas hierarquias sociais. (SOVIK, 2010, p. 4).
Durante
sua passagem pelo Brasil em 2000, Stuart Hall afirmou que a origem dos estudos
culturais seria, inclusive, brasileira, ao mencionar a importância da leitura
de Roger Bastide e Gilberto Freyre. Para Liv Sovik, professora da ECO/UFRJ e
organizadora do livro citado acima:
O recuo de Hall é indicação de uma atitude
peculiar diante do trabalho intelectual, pela qual os antepassados e
contemporâneos teóricos são, a um só tempo, aliados, interlocutores, mestres e
adversários, de cuja força Hall se apropria, sem se preocupar em denunciar pontos
fracos ou demonstrar devoção filial às suas ideias. (SOVIK, 2009, p. 9).
Neste
relato da prof. Liv Sovik é possível entender que Hall foi protagonista dos
estudos culturais, com seu projeto de pensar a cultura em um precário e vital
equilíbrio entre a valorização do trabalho intelectual. Ele mesmo como sujeito
de seus estudos é uma perda irreparável para a sociedade.
Leia mais:
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de
Janeiro: DP&A, 2002. Localização 302.52 H179qp 2002.
SOVIK, L. (Org.). Da diáspora:
identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009. Localização 306 H179d.